16 de julho de 2015

RESENHA | Estação Onze - Emily St. John Mandel

Olá, jovem Padawan!

É com muito felicidade que venho fazer a nossa primeira resenha em parceria com a Editora Intrínseca!

"Não havia mais países, todas as fronteiras estavam abertas. Não havia mais corpo de bombeiros, não havia mais polícia. Não  havia mais conservação das estradas ou coleta de lixo."

A história começa numa noite, a qual o famoso ator Arthur Leander, está apresentando sua mais nova peça, Rei Lear. De repente, o ator tem um ataque cardíaco no meio de sua apresentação e é quando o paparazzo Jeevan Chaudhary vai em seu socorro fazendo o processo de reanimação cardiopulmonar. A atriz mirim Kirsten Raymonde, que também estava contracenando no palco, observa tudo, desde a tentativa de reanimação de Jeevan até a chegada dos paramédicos no teatro. Mas o ator já está morto.
Jeevan ajuda Kirsten a achar a Tanya, a cuidadora da garota e vai para sua casa, em meio confusão que ocorre no teatro. Após isso tudo Jeevan vai para sua e no caminho recebe uma ligação de seu amigo médico Hua, que o alerta de uma terrível gripe, denominada de Gripe da Geórgia, está se espalhando muito rápido e que Jeevan deveria sair da cidade o mais rápido possível ou armazenar bastante comida e ficar trancado em casa. Jeevan fica sem reação e opta por ficar no apartamento de seu irmão Frank, enchendo vários carrinhos no supermercado mais próximo com suprimentos e levando para o apartamento dele.
Nessa noite, os irmãos assistem pela televisão o mundo se tornar um caus total e o índice de mortalidade ir a de 99%.

"Não havia mais internet. Não havia mais redes sociais, não havia mais buscas de significados de sonhos, esperanças nervosas, fotografias de almoços, gritos de socorro, expressão de satisfação, status de relacionamentos atualizados com imagens de coração inteiro ou partido, planos para um encontro mais tarde, apelos, queixas, desejos, fotos de bebês com roupa de ursinho no Halloween. Não havia mais como ler e comentar sobre a vida dos outros, logo não havia mais como se sentir menos sozinho. Não havia mais fotos de perfil."  

Duas décadas depois, Kirsten se torna uma atriz que viaja com um pequeno grupo de artistas, chamados de Sinfonia Itinerante, pelos locais pós-calamidade representado peças de Shakespeare e números músicas para pequenos grupos de sobreviventes espalhados por todo canto. 

O livro se intercala entre anti e pós-calamidade e ainda entre as histórias dos personagens.
Ainda não sei como essa autora conseguiu fazer um livro tão bom, e acima de tudo, inteligente. Ela conseguiu fazer a história de todos os personagens se interligarem de maneira sutil e muito boa. 

'Estação Onze' é narrado em terceira pessoa e a escritora faz você intercalar entre: o pavor de uma doença de espalhar e você morrer, com a aflição de querer saber o que cada um vai fazer pra sobreviver, e SE VAI sobrevier. É. Muito. Tenso. 
E ainda temos os problemas que a Sinfonia Itinerante enfrenta nesse mundo horrível.

     
Como tudo não são flores, um dos pontes que me deixou desmotivado com a leitura foi a lentidão do livro. Demorei UM SEMANA para terminar. A maior parte é enrolação e demora pra acontecer os momentos legais, como os durante calamidade ou os de quando a autora descreve como o mundo ficou. Faltou muito a ação. Antes de comprar lembre-se: você corre um razoável risco de abandonar o livro ou entrar em uma ressaca literária. Aproveita essas férias e o inverno e vai.

"Primeira, só desejamos ser vistos, porém quando somos vistos, isso já não é suficiente. Depois, queremos ser lembrados.  

Com todos os seus altos e baixos e suas 318 páginas, 'Estação Onze' trás um enredo bem original e não nos decepciona em seu desfecho. O livro está fazendo bastante sucesso lá fora, até o autor de Game Of Thrones, George R. R. Martin, comentou sobre o livro: "Um livro que se destaca de todos os outros; do qual lembrarei por muito tempo e ao qual retornarei.", disse o autor. O sucesso acarretou na confirmação da adaptação cinematográfica do livro. Estou mega ansioso! 

Espero que consertem algumas coisas e acrescentem o que faltou no livro (ação, por exemplo). Mas mesmo assim, ainda é um dos livros mais legais que li este ano.

até mais.