20 de setembro de 2015

Resenha | Mosquitolândia - David Arnold


A jovem de 16 anos, com doenças incomuns, um psicológico que não está nada bem, de farta imaginação, Mary Iris Malone, ou Mim (já que não tenho permissão para chamá-la pelo nome), vive o auge de loucuras da sua não muito convencional vida: o divórcio de seus pais, a entrada repentina de sua madrasta má, Kathy, e a mudança de estado com sua nova família para milhas longe de sua amada mãe, reunidas formam as "NOTÍCIAS BOMBÁSTICAS". Após viver algum tempo na "Mosquitolândia", obviamente sem se adequar, com o sumiço do contato de sua mãe e a falta de informação com relação à esse assunto, deixa a pobre Mim ainda mais confusa.

Quando escuta uma conversa atrás da porta, com seus pais e o diretor de sua escola, Mim recebe outra notícia bombástica: sua mãe, Eve, está doente. A menina desconhece a doença, mas ela está doente. Assim, nossa heroína decide fugir de casa, levando uma mochila com alguns mantimentos básicos de sobrevivência, dentre notáveis: o batom de Eve para sua sagrada maquiagem índio de guerra, seu diário, Abilitol, o remédio que lhe faz uma monge, e um saquinho de batatas. Ela segue uma longa jornada rumo à sua terra natal, Cleveland, para encontrar respostas, e inclusive, sua mamãe.


Durante o longo percurso, nossa heroína passa por sufocos, conhece figuras que deixam algum tipo de lição para fazer Mim repensar seus conceitos. Não se pode deixar de mencionar os únicos amigos que ela fez na vida em tempo recorde, e com quem divide uma parte de sua aventura: Beck, um rapaz fotógrafo gato (por quem desenvolve um certo sentimento), e claro Walt, um garoto com síndrome de Down, aparentemente perdido, de personalidade incrível e fissurado em coisas brilhantes. Dessa maneira, ela nos conta o que acontece ao seu redor através de seu olho bom, escreve no seu diário cartas para sua tia Isabel, que jamais irá lê-las, e compartilha sua infância nada convencional conosco, o tratamento que sempre recebeu de seu pai, o laço inseparável que mantém com a mãe, e as experiências.


Esse livro entrou para os preferidos de 2015, graças a personalidade de Mim com quem eu me identifiquei (pode parecer egoísmo, mas eu adoro livros que possuam um protagonista com quem eu tenha uma alma afim). Também com o desenvolver da história, a belíssima linguagem nerd e interessante de Arnold, além de torcemos pela heroína, e de exercer a reflexão durante vários momentos, por certos assuntos polêmicos e que necessitam de mais atenção, como as pessoas que possuem problemas psicológicos e o abuso infantil. Apesar de o final me deixar um pouco a desejar, Mosquitolândia é um livro que realmente vale a pena, com belos ensinamentos e lições de vida.